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Encontro de Educação no Campo reúne mais de 1.200 pessoas em Anápolis e reforça o papel transformador da educação rural

Evento busca valorizar a educação no meio rural, fortalecer o programa Agrinho e destacar o papel dos instrutores e educadores que atuam em todo o estado de Goiás
O Encontro de Educação no Campo, promovido pelo Sistema Faeg/Senar/Ifag, acontece no Centro de Convenções de Anápolis, nesta sexta-feira (16). São 1.250 participantes, entre instrutores do Senar, embaixadores Agrinho (professores, coordenadores, diretores de escolas) e secretários de educação. Durante a manhã, o historiador e escritor, Leandro Karnal, abordou as “Perspectivas da educação com um olhar para o futuro”.
“A educação é fundamental para todos, mais ainda, para quem está lidando com a produção rural e quem está lidando com uma realidade de diversidade. Antigamente a gente falava que quem não estudava ia para a roça. Agora quem não estuda aqui não vai, de fato, né? Na verdade, quem não estuda hoje não chega a lugar algum seja no campo ou na cidade. Não existe mais possibilidade de integração no mundo se não houver formação. Não a formação básica de só saber nomes e coisas. Mas a formação de curiosidade, de perguntas, de treino da ética, de convivência com a diversidade”, pontuou.
A palestra provocou reflexões importantes sobre o papel da educação como motor de transformação social, especialmente no campo. “Você começa pelos formadores que vão levar isso para as outras pessoas. Esse seria o caminho dessa mudança, desse senso crítico mais apurado. A educação é um processo orgânico. Nós vamos lidar com os formadores, precisamos lidar com os alunos, com os gestores, com quem está na trincheira, com quem está decidindo, E é exatamente isto que está sendo feito aqui hoje. É como uma planta que se poda. Daqui a alguns meses tem que podar de novo, tem que dirigir para o crescimento correto. Nós temos que irrigar, não é simplesmente plantar. Precisamos cuidar do que nós estamos plantando. Por isso que a educação é sempre permanente”, destacou.

O presidente do Sistema Faeg/Senar, José Mário Schreiner, destacou nesse contexto a importância da atuação da instituição na transformação da realidade no campo. “Nós levamos o Agrinho aos 246 municípios do estado, duas mil escolas, 500, 600 mil alunos envolvidos. Esse programa tem transformado muito a vida das crianças através da educação, ali no currículo transversal, que não é só a matemática, ciências, o português, mas sim a cidadania, educação saudável. Com isso nós também ajudamos a colaborar com uma vida melhor para cada um, com a responsabilidade social dessas nossas crianças nesse mundo tão difícil que a gente vive. Um mundo hoje numa geopolítica muito difícil, guerras entre países, e nós não queremos isso. Nós queremos a paz, queremos avançar, fazer um grande Goiás e um grande Brasil”, informou
José Mário Schreiner também falou da quantidade de cursos prevista para que os instrutores do Senar realizem em 2025: mais de nove mil. “Hoje temos 700 técnicos de campo, mais de 20 mil produtores assistidos. E precisamos fazer com que também os cursos de capacitação cheguem a esses produtores, na grande maioria pequenos, muitas vezes esquecidos. Mas é lá, lá atrás do morro, onde estão os nossos instrutores, técnicos. Queremos que os filhos dos pequenos produtores não precisem migrar para a cidade para arrumar um emprego qualquer. Nosso sonho é que eles possam estudar, fazer faculdade e continuar na propriedade com dignidade. Esse é o nosso desejo”, enfatizou o presidente.
O superintendente do Senar Goiás, Dirceu Borges, enfatizou o papel dos programas educacionais do Sistema na formação de crianças, jovens e adultos do meio rural. “Aqui nós estamos reunindo vários agentes que estão no campo, no interior do estado, visíveis, tanto na área da educação dentro das escolas municipais, estaduais, particulares, assim como os nossos instrutores e técnicos, que estão lá dentro das propriedades rurais. A gente fala ‘lá atrás do morro’, ensinando, levando conhecimento, capacitação, inovação, tecnologia, para que as pessoas possam continuar em sua atividade. O programa Agrinho, por exemplo, trabalhado nas escolas, forma as crianças que serão o futuro. E tudo isso exige cuidado, exige cultivo, como uma planta que não nasce na caixinha. Tem que cuidar, zelar, para que possamos colher bons frutos. Esse é o grande legado do Senar Goiás, levar conhecimento e educação para as escolas, as propriedades rurais. Para que todos sejam sementes que brotam dentro de casa, nas famílias e nas comunidades ".
O evento, com duração de um dia, trabalhou ainda, com Juliana Krupp, metodologias ativas e tecnologia na educação.
Comunicação Sistema Faeg/Senar/Ifag