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Comunicado técnico
16 de maio de 2025
Brasil registra o primeiro caso de influenza aviária em granja comercial
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No dia 15 de maio de 2025, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) confirmou a detecção do vírus da influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) em matrizeiro de aves comerciais no município de Montenegro, no Rio Grande do Sul.

É importante destacar que a doença não é transmitida pela ingestão de carne de aves e de ovos, não havendo restrição de consumo e riscos ao consumidor final. Em Nota Oficial, o Mapa reforçou que o risco de infecções em humanos pelo vírus da gripe aviária é baixo e, em sua maioria, ocorre entre tratadores ou profissionais com contato intenso com aves infectadas (vivas ou mortas).

Esse é o primeiro foco de IAAP detectado em granja comercial no Brasil. Até então, foram verificados focos apenas em animais silvestres e aves de subsistência, sendo o primeiro caso no país em maio de 2023, após quase 20 anos de circulação da doença no mundo (2006).

Todas a medidas para a contenção e erradicação do foco foram iniciadas, assim como feita a comunicação oficial a cadeia produtiva, à Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), aos Ministérios da Saúde e do Meio Ambiente, bem como aos parceiros comerciais do Brasil.

Garantias

O Brasil possui um forte sistema de defesa sanitária, graças ao trabalho do Serviço Veterinário Oficial (SVO), em conjunto com os produtores rurais e demais elos da cadeia.

O Plano de vigilância contra a doença prevê tanto a vigilância iva, quando as amostras são coletadas de forma espontânea, mediante notificações de casos, e também a vigilância ativa, com investigações sendo realizadas de forma sistemática em busca de casos.

Desde 2022, foram realizadas quase 4.000 investigações no Brasil envolvendo suspeitas de síndrome respiratória em aves, com coleta de amostras em mais de 1.000 situações. O Mapa mantém um com a atualização diária destes dados. e aqui.

Com relação a contenção e erradicação da doença, em casos de ocorrência de focos, o Brasil possui um Plano de contingência para Influenza Aviária e Doença de Newcastle.

Após a confirmação do caso, além de decretar estado de emergência zoossanitária são implementadas as ações de emergência sanitária nas zonas de proteção e de vigilância, ao redor da propriedade de ocorrência do foco.

A zona de proteção abrange um raio de 3 quilômetros ao redor do foco e, a zona de vigilância, a 7 quilômetros a partir da zona de proteção, totalizando um raio de 10 quilômetros, conforme figura 1.

Figura 1. Divisão da área afetada em zonas de proteção e vigilância a partir do foco.

Fonte: Mapa

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A Portaria MAPA nº 795, de 15 de maio de 2025, declarou estado de emergência zoossanitária no município de Montenegro-RS por 60 dias.

Na propriedade onde foi constatado o foco, um grupo especial de atenção à suspeita de enfermidades (Gease) é responsável por determinar as zonas de proteção e emergência e assegurar a execução das seguintes medidas:

Sacrifício imediato no local de todas as aves existentes no estabelecimento infectado. No raio de 10 quilômetros, todas as propriedades/estabelecimentos com aves são investigadas;

  • Composição de equipe de trabalho para a contenção e erradicação;

  • Limpeza e desinfecção das áreas de alojamento e o das aves na propriedade;

  • Proibição de saída da granja de qualquer tipo de equipamentos, rações, resíduos, cama de aviário, esterco ou outro tipo de material utilizado ou gerado pela produção avícola;

  • Proibição do egresso e ingresso de qualquer tipo de animal existente na propriedade, inclusive cães, gatos, equinos, bovinos, ovinos, caprinos e suínos;

  • Controle do trânsito de veículos nas estradas de o à propriedade;

  • Definição da localização das barreiras sanitárias.

Mercado

A decisão de suspensão das importações pelos países compradores da carne de frango brasileira depende do acordo comercial com cada país.

Com a confirmação do caso, a China e a União Europeia suspenderam as compras de carne de frango de todo o território brasileiro.

As exportação representam em torno de 30% da nossa produção. Em 2025, até abril, foram embarcadas 1,73 milhão de toneladas de carne de frango, com receita de US$3,12 bilhões. Os chineses são os maiores importadores, representando 15% da receita este ano, seguidos pela Arábia Saudita (11%), Emirados Árabes Unidos (9,7%), Japão (7,5%), México (5,4%) e União Europeia (5%).

Cabe destacar que o Japão, quarto maior comprador da carne de frango brasileira, aprovou, em março de 2025, um novo Certificado Sanitário Internacional (CSI) para influenza aviária, que determina que as restrições as compras (importações) por detecção da enfermidade serão limitadas aos municípios onde eventualmente ocorram registros da enfermidade. Antes essa restrição era no âmbito estadual.

Além de reduzir os impactos sobre o mercado, essa medida é um indicativo da confiança do mercado internacional no sistema brasileiro de inspeção sanitária.

Cabe ao Mapa agora, seguir com as tratativas com cada país comprador para o rápido reestabelecimento da comercialização e redução dos impactos sobre o mercado doméstico, que é o principal destino da nossa produção, absorvendo quase 70% do volume produzido.

Orientação aos produtores

O Brasil está na rota de aves silvestres migratórias e estas possuem papel importante na introdução e disseminação do vírus da influenza aviária.

A maior presença destas aves no Brasil nesse período exige vigilância e cuidados pelos produtores.

Na figura 2, as principais rotas de aves migratórias. Figura 2. Rotas de aves migratórias.

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Fonte: Elaboração CNA

Frente a isso, é fundamental que os produtores reforcem as medidas de biosseguridade nas granjas. A seguir algumas ações importantes:

  • Não permitir a entrada de pessoas estranhas (não colaboradores) e veículos na unidade produtora; 4 Comunicado Técnico Edição 15/2025 | 16 de maio de 2025

  • Lavar e desinfetar os veículos e equipamentos antes de entrar na propriedade.

  • Reforçar as práticas de higiene na granja.

  • Evitar contato com outras espécies de aves. Fazer a revisão e manutenção das telas de proteção das instalações para evitar o o destes animais às granjas.

  • Blindar o ciclo da água. Não utilizar água de rios ou fontes descobertas, somente água tratada para o consumo das aves e para a nebulização.

Além destas medidas é fundamental os produtores e funcionários das granjas estarem atentos aos sinais que indicam a doença nas aves, como a presença de sinais de doenças nervosas e respiratórias ou casos de morte repentina de grande quantidade de aves em curto período de tempo.

Em caso suspeito, a notificação ao Serviço Veterinário Oficial (SVO) é obrigatória. Veja os endereços do Serviço Veterinário Oficial clicando aqui. A notificação ao MAPA também pode ser realizada clicando aqui. Para ajudar na comunicação com os produtores, a CNA organizou estas e outras informações sobre o tema em uma página na internet. e aqui.

Por fim, a CNA confia plenamente no Serviço Oficial Veterinário (SVO) brasileiro, destacando a agilidade e transparência nos processos e comunicação e, em conjunto, com todos os elos da cadeia não medirá esforços para a retomada da normalidade neste mercado.

IPCA - 16 de maio de 2025

IPCA - 16 de maio de 2025

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