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Fórum discute cenário econômico, nova geopolítica e impactos no agro tropical
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Sistema CNA/Senar promoveu evento, na terça (6), em São Paulo

6 de maio 2025
Por CNA

Brasília e São Paulo (06/05/2025) – Economistas e especialistas do agro se reuniram na terça (6), em São Paulo, para discutir as mudanças na geopolítica e os impactos na agricultura tropical, durante evento promovido pelo Sistema CNA/Senar, em parceria com o Estadão e a Broadcast.

Os economistas Alexandre Schwartsman (ex-diretor do Banco Central), Elena Landau (ex-BNDES) e Mansueto Almeida (BTG Pactual e ex-secretário do Tesouro Nacional) participaram do “Cenários e Perspectivas para Economia Brasileira na Nova Geopolítica”, com mediação da jornalista Isadora Duarte, da Broadcast.

Em sua fala, Mansueto Almeida destacou o crescimento da economia brasileira no pós-pandemia, o aumento da produção e exportação de petróleo nos próximos anos, e também o panorama atual da dívida pública do país.

Mansueto Almeida, economista-chefe do BTG Pactual Mansueto Almeida, economista-chefe do BTG Pactual

Segundo Mansueto, o cenário hoje no Brasil é de inflação acima da meta estabelecida, dívida pública em crescimento e taxas de juros elevadas. Nesse contexto, ele defendeu o ajuste fiscal como medida para o controle de gastos.

“A situação das contas públicas não está normal, está insustentável. Somado a isso temos uma carga tributária elevada. Se não colocarmos à mesa um bom ajuste fiscal nos próximos anos, o país ará por grandes problemas”.

O ex-diretor do Banco Central Alexandre Schwartsman falou sobre o desequilíbrio fiscal dos Estados Unidos e as medidas tomadas pelo presidente Donald Trump para resolver o problema, como as recentes tarifas de importação anunciadas.

A respeito do tarifaço, o economista enfatizou que as taxas impostas encarecem o custo de importação, sem tratar o excesso de demanda. “A economia americana está em uma encruzilhada. Ainda não temos ideia clara dos impactos, mas há uma percepção de desaceleração global e que pode refletir no Brasil”.

Alexandre Schwartsman, economista e ex-diretor do Banco Central Alexandre Schwartsman, economista e ex-diretor do Banco Central

Por fim, a especialista Elena Landau afirmou que a economia brasileira é uma das mais fechadas do mundo, mas o setor agropecuário acaba se destacando nesse cenário. “O agro é competitivo, tem tecnologia avançada e a produtividade só cresce. E ainda pode ganhar espaço no atual contexto geopolítico”.

Elena também abordou as políticas fiscal e monetária do Brasil, a dívida pública e a situação do dólar. “Atualmente trabalhamos com nível de incerteza maior que o nível de risco e é mais difícil operar dessa forma. Esse é o grande problema da volatilidade do dólar”.

Elena Landau, economista e ex-diretora do BNDES Elena Landau, economista e ex-diretora do BNDES

Comunicação - Ao final da discussão, o apresentador Carlos Massa, o Ratinho, subiu ao palco e falou sobre a importância de o agro reforçar sua comunicação para o produtor e o consumidor. Para ele, é fundamental mostrar como a agricultura é feita, tanto para quem come como para quem vai até o supermercado comprar alimentos.

4 - O sobre “Mudanças na Geopolítica e os Impactos no Agro Tropical” reuniu o presidente da Agroconsult, André Pessôa, o embaixador do Brasil junto à União Europeia, Pedro da Costa e Silva, e a CEO do Rabobank Brasil, Fabiana Alves. A diretora de Relações Internacionais da CNA, Sueme Mori, foi a moderadora.

No debate, eles analisaram como o novo contexto global pode impactar o agronegócio brasileiro e apontar caminhos para o fortalecimento do setor.

André Pessôa destacou que o Brasil ocupa uma posição estratégica nas cadeias de suprimento globais e precisa se posicionar com inteligência neste momento.

“O interesse de empresas internacionais no abastecimento agrícola a necessariamente pelo Brasil. Precisamos identificar as oportunidades e dialogar com nossos clientes atuais e futuros”, disse.

Ele também reforçou a necessidade de uma atuação estratégica do Brasil no cenário internacional. "O país deve aproveitar sua relevância no abastecimento agrícola global para negociar acordos que tragam benefícios concretos ao setor".

André Pessôa, presidente da Agroconsult André Pessôa, presidente da Agroconsult

Por sua vez, a executiva Fabiana Alves ressaltou que a atuação do banco no país está diretamente ligada à confiança no protagonismo do agro nacional. “O Rabobank veio para o Brasil porque anteviu a relevância do setor na segurança alimentar global”, afirmou.

Ela destacou, ainda, o papel do agro brasileiro como referência global em produtividade e modernização, mas alertou para a urgência de alinhar a produção às demandas ambientais. "A adoção de práticas sustentáveis e o engajamento com a agenda climática melhora a rentabilidade dos produtores no longo prazo".

Fabiana Alvez, CEO do Rabobank Brasil Fabiana Alvez, CEO do Rabobank Brasil

Pedro da Costa e Silva, embaixador do Brasil junto à União Europeia, reforçou que o país deve se preparar para os desafios da nova ordem global.

“O mundo está mudando e a agricultura precisa acompanhar. O Brasil tem um futuro ainda mais promissor do que já vimos nas últimas quatro décadas. Mas é preciso estar pronto para enfrentar temas como clima, sustentabilidade e exigências regulatórias com consistência e estratégia”.

Pedro da Costa e Silva, embaixador do Brasil junto à União Europeia (no telão) Pedro da Costa e Silva, embaixador do Brasil junto à União Europeia (no telão)

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