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CNA defende fortalecimento do Proagro e do seguro rural
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Objetivo da entidade é garantir proteção ao produtor familiar

11 de junho 2025
Por CNA

Brasília (10/06/2025) – A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) participou, na terça (10), de audiência pública conjunta das Comissões de Agricultura da Câmara e do Senado para discutir a situação do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) e do seguro rural.

Um dos focos do debate foi a busca por alternativas que ampliem a proteção aos agricultores familiares, especialmente diante do aumento dos eventos climáticos extremos nos últimos anos.

O assessor de política agrícola da CNA, Guilherme Rios, alertou que os ciclos entre os fenômenos climáticos El Niño e La Niña estão mais curtos e deixam os produtores mais expostos a períodos de seca e excesso de chuva, com menos tempo de estabilidade climática.

Ele apresentou dados que mostram a importância das ferramentas de gestão de risco. De janeiro de 2015 a janeiro de 2025, o seguro rural e o Proagro totalizaram valores expressivos em indenizações, no valor de R$ 80 bilhões.

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“Esses instrumentos permitiram que o produtor não precisasse vender seu patrimônio ou acumular dívidas”, afirmou.

Apesar disso, ele destacou que regiões como o Norte e o Nordeste ainda possuem pouco o a essas ferramentas, mesmo para culturas consolidadas como soja e milho.

Atualmente, apenas 23% da área agrícola brasileira conta com cobertura do Proagro ou do seguro rural.

Guilherme fez um paralelo entre os desafios enfrentados pelos dois programas, como alíquotas elevadas, baixa cobertura, orçamento insuficiente, concentração de oferta e falta de estrutura para enfrentar catástrofes.

Segundo ele, o enfraquecimento dessas ferramentas gera consequências em toda a economia, como aumento do endividamento dos produtores, retração do mercado de crédito e mais gastos governamentais com medidas emergenciais.

“Não há investimentos em prevenção, mas há gastos com socorro”, alertou. Ele ainda chamou atenção para o crescimento da inadimplência no setor. Em abril de 2024, era de 1,62% e, atualmente, saltou para mais de 5% em abril de 2025.

Para mudar esse cenário, a CNA apresentou propostas como a aprovação do PL 2.951/2024, de autoria da senadora Tereza Cristina (MS), que moderniza o seguro rural e prevê recursos para situações de catástrofe.

Outra medida defendida é a destinação de R$ 4 bilhões ao Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR), que amplia a cobertura aos produtores.

A entidade também propõe a modernização do Proagro, com foco na agricultura familiar, e a criação de um banco de dados nacional que ajude na definição da matriz de riscos da agropecuária brasileira.

Por fim, Guilherme reforçou que, para garantir o a mercados privados e de capitais, o produtor precisa estar protegido por ferramentas eficientes de gestão de risco.

“O Plano Agrícola e Pecuário 2025/2026 enfrentará dificuldades de crédito, e essas ferramentas serão essenciais para garantir a segurança da produção e da renda no campo”, concluiu.

A audiência contou com a participação de representantes do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa); Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA); Banco Central; Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag); Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg); Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf) e Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB).

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