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CNA debate criação do Dia Nacional do Alho e renovação de medida antidumping
Audiencia alho3

Entidade participou de audiência pública na quarta (11), na Câmara dos Deputados

11 de junho 2025
Por CNA

Brasília (11/06/2025) – A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) participou, na quarta (11), de audiência pública na Câmara dos Deputados para debater a instituição do Dia Nacional do Alho Brasileiro e a renovação da medida antidumping aplicada às importações de alho originárias da China.

A audiência foi solicitada pela deputada Marussa Boldrin (MDB/GO), autora do Projeto de Lei 1684/25, que cria a data comemorativa em alusão ao alho nacional, a ser celebrada anualmente em 19 de abril.

Marussa destacou o papel estratégico do setor e criticou a fragilidade dos argumentos usados por importadores nas ações judiciais. “Sabemos lá na ponta, com propriedade de quem é produtora rural e agrônoma, o que é manter essa cultura viva. O alho brasileiro é de qualidade, é tecnificado e gera emprego. O que pedimos aqui é reconhecimento e condições justas de concorrência. Essa casa tem a função de valorizar o trabalho de vocês e defender quem planta e faz o Brasil andar”, afirmou.

“Estamos falando de uma cadeia que movimenta quase R$ 1 bilhão por ano e emprega mais de 300 mil pessoas. Proteger o alho brasileiro é proteger o Brasil que trabalha, planta e produz com dignidade”, finalizou a deputada.

Durante o debate, o presidente da Comissão Nacional de Hortaliças e Flores da CNA, Rodolfo Molinari, afirmou que a produção de alho no país saltou de 84,1 mil toneladas em 2000 para 184,8 mil toneladas em 2023. No mesmo período, a produtividade aumentou de 6,34 toneladas por hectare para 13,32 ton/hectare.

“Nós ampliamos a produção e a produtividade sem abrir novas áreas e isso se deve, principalmente, ao uso de tecnologias, aprimoramento de técnicas e investimento em pesquisa e ferramentas de manejo”.

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Nesse sentido, Rodolfo citou o uso de câmaras frias para armazenagem do alho; irrigação de precisão; maquinários modernos para plantio e colheita e uso de sementes de alho livres de vírus para manter a produtividade alta.

Segundo o presidente da Comissão, apesar do aumento de produtividade, a cadeia enfrenta desafios, sendo o custo o principal deles. Dados do projeto Campo Futuro da CNA relevam que o Custo Total (CT) de produção chega a quase R$ 300 mil por hectare cultivado, totalizando R$ 18 mil por tonelada.

Ele explicou que um ponto de atenção do setor é a alta demanda por mão de obra. De acordo com o Campo Futuro, em 2024, a mão de obra representou 70% do custo com colheita.

O Sindicato dos Produtores Rurais de São Gotardo, em Minas Gerais, apontou que a região, com 6,45 mil hectares da cultura, gerou cerca de 20 mil postos de trabalho em 2024, o que ressalta o impacto da cadeia na geração de emprego e desenvolvimento socioeconômico.

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Em relação à concorrência de mercado, Rodolfo Molinari destacou que o preço médio pago ao produtor em 2024 foi de R$ 18,46 por quilo, isso em um cenário de produção abaixo do esperado e valorização acima da média para o produto.

“Fazendo uma comparação, sem a medida antidumping ou demais encargos, o alho argentino ou chinês entraria no Brasil a um custo de R$ 9,00 o quilo”.

Em sua fala, o representante da CNA defendeu a renovação da medida antidumping do alho chinês para a sobrevivência da cadeia produtiva brasileira. “Estamos trabalhando de maneira eficiente, mas precisamos de apoio, que todos envolvidos entendam o quanto é necessária essa renovação para a nossa cadeia”.

Assista a audiência na íntegra:

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