Campo Futuro faz levantamento de custos de produção da silvicultura, avicultura, suinocultura, grãos e aquicultura

Painéis ocorreram nesta semana em quatro estados
Brasília (23/05/2025) - O projeto Campo Futuro da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) realizou nesta semana uma série de painéis para levantamento dos custos de produção da silvicultura, avicultura, suinocultura, grãos e aquicultura nos estados de Santa Catarina, Goiás, Mato Grosso e Rio Grande do Sul.
Silvicultura – Na terça (20), em Santa Cecília (SC), o da produção de pinus apontou aumento na propriedade modal, que ou de 50 para 100 hectares, com resultados que confirmam a sustentabilidade e a atratividade da atividade.
De acordo com a assessora técnica da CNA, Eduarda Lee, a região apresentou resultados muito positivos, ainda que, comparado a 2023, tenha sido observado certo recuo nas margens de lucro.
Já em Barro Alto (GO), na quinta (22), foi feito o primeiro levantamento para a produção de borracha natural, considerando uma propriedade modal de 50 hectares, com produtividade média de 2.915 kg por hectare ao ano e ciclo produtivo de 42 anos.
Na sexta (23), foram levantados os custos de produção de eucalipto em Cristalina (GO), que permanece com propriedade modal de 50 hectares e IMA de 40 m3/ha/ano, com os mesmos valores observados em 2023, quando foi realizado o último levantamento.
Já o ciclo de produção ou de 7 para 5 anos devido à oferta restrita de madeira na região, ocasionando antecipação da colheita para abastecimento do mercado. A madeira é destinada como biomassa energética. Comparado ao último , os resultados atuais são mais positivos. Os itens mais onerosos para a atividade na região são os custos istrativos.

Suinocultura e avicultura - Em Mato Grosso, entre os dias 19 e 21 de maio, foram levantados os custos da avicultura de postura e suinocultura.
Em Sorriso, na suinocultura independente, o custo operacional efetivo (COE) foi de R$ 560,51 por suíno terminado, com maior impacto da ração, que representa 77,1% dos custos. Em Tapurah, na Unidade Produtora de Leitões (UPL), o COE ficou em R$ 44,67 por leitão, e na Unidade de Terminação (UT) foi de R$ 32,34 por animal terminado, com custos elevados de energia, manutenções e mão de obra.
Na avicultura de postura, em Campo Verde, o COE foi estimado em R$ 138,71 por caixa com 30 dúzias de ovos, sendo a ração o principal custo, representando 47,9%.
Grãos - No Rio Grande do Sul, os painéis realizados entre 19 e 23 de maio mostraram forte impacto climático nas produtividades, além de aumento nos custos. Segundo o assessor técnico da CNA, Tiago Pereira, a estiagem derrubou a produtividade da soja em várias regiões.
Na segunda (19), em Carazinho, a produtividade caiu de 67 sacas por hectare na safra 2023/2024 para 42 sacas na atual. Para o milho verão, houve aumento no custo operacional, puxado principalmente por fertilizantes e sementes, enquanto a produtividade cresceu de 75 para 180 sacas por hectare. O trigo também teve elevação nos custos e na produtividade, ando de 35 para 52 sacas por hectare, embora com perda de qualidade devido a doenças no final do ciclo.
O em Cruz Alta, também na segunda (19), mostrou que a sequeiro teve média de 35 sacas por hectare, impactada pela estiagem e pelo granizo em dezembro. A soja irrigada rendeu 50 sacas por hectare. O milho teve produtividade de 120 sacas por hectare no sequeiro e de 220 sacas nas áreas irrigadas. O trigo apresentou produtividade de 45 sacas por hectare, com qualidade abaixo do esperado.
Na terça (20), foi a vez de Tupanciretã. A produtividade da soja ficou em 27 sacas por hectare, com grande variação entre microrregiões: áreas colhendo entre 10 e 50 sacas, resultado do calor extremo e da falta de chuva a partir de janeiro. Em relação à safra ada, houve queda em comparação às 45 sacas por hectare registradas em 2023/24. O trigo alcançou 50 sacas por hectare, acima das 37,7 sacas do ciclo anterior, porém com problemas de qualidade, principalmente por chuvas no final de outubro. O aumento de custos na cultura foi puxado por fertilizantes e sementes, que subiram 5,5% e 5,4%, respectivamente.

Em Uruguaiana, na quarta (21), o foco foi na cultura do arroz irrigado. A produtividade média foi de 190 sacas por hectare, cerca de 6% superior à safra anterior. O custo operacional aumentou em torno de 5%, com destaque para a elevação nos gastos com fertilizantes. O preço médio do arroz caiu de R$ 100,30 para R$ 72,00 por saca, uma retração de 28,3%. Mesmo com o ganho em produtividade, a forte queda nos preços e o aumento dos custos pressionaram as margens da atividade.
Já Bagé (RS) sediou, na quinta (22), o que abordou os resultados da soja sequeiro e irrigada. A soja irrigada alcançou 65 sacas por hectare, mais que o dobro da registrada no ciclo anterior. Já a soja em sequeiro teve média de 42,5 sacas por hectare, frente às 30 sacas colhidas na safra ada, marcada por uma grave seca que comprometeu o rendimento das lavouras. O custo operacional da soja irrigada subiu 25,1%, impulsionado principalmente pelo aumento nos gastos com herbicidas, que cresceram 18,7%. O preço médio da soja caiu de R$ 131,40 para R$ 124,08 por saca, uma redução de 5,6%. Segundo os produtores, o potencial da soja irrigada era de até 80 sacas por hectare, mas o calor intenso em janeiro e fevereiro afetou a florada e limitou o teto produtivo.
Os painéis foram encerrados no município de Camaquã, na sexta (23), com foco no arroz irrigado e na soja, safra 2024/25. O arroz teve produtividade média de 180 sacas por hectare, cerca de 10% superior à safra ada, em um ano considerado bom de clima. O início foi chuvoso, gerando incerteza quanto ao plantio, mas o clima se regularizou. O preço médio do arroz foi de R$ 76,00 por saca, frente aos R$ 113,54 da safra anterior — uma queda de 33%. Já a soja teve grande variação entre microrregiões, com produtividades entre 20 e 80 sacas por hectare e média de 40 sacas, frente às 27 sacas de 2023/24.
Aquicultura - Nessa semana, aconteceram painéis de aquicultura em Santa Catarina. Na quarta (21), foram levantados os custos de produção da tilápia em Rio Fortuna. A propriedade modal é caracterizada pela despesca de 108 toneladas por ciclo de produção. No sistema levantado, os desembolsos realizados pelos produtores chegaram a comprometer cerca de 94% da receita, resultando em margens apertadas.
Na quinta (22), foram levantados os custos da carcinicultura na região de Laguna. Segundo os produtores, a produção na região é caracterizada pelo alojamento das pós-larvas em cerca de 4 viveiros, totalizando 12 hectares de lâmina d'água. O ciclo de produção tem duração de 120 dias com camarões sendo despescados com cerca de 12g.
Devido ao clima e condições de produção na região, na média entre os dois ciclos realizados no ano, a taxa de mortalidade chega a atingir 50% o que prejudica os resultados econômicos da atividade.