Fórum da Liderança Sindical Feminina debate assuntos estratégicos para o agro

Evento foi realizado na sede da CNA, em Brasília (DF)
Brasília (03/07/2024) – As mais de 300 participantes do Fórum da Liderança Sindical Feminina, realizado na quarta (3), assistiram a painéis sobre o cenário político brasileiro, o fortalecimento da representatividade sindical rural patronal, reflexões sobre o ambiente institucional e o impacto da comunicação para o setor.
O fórum foi organizado pela Comissão Nacional das Mulheres do Agro da CNA e reuniu representantes das 18 Comissões Estaduais das Federações de Agricultura e Pecuária, além de lideranças sindicais rurais femininas de todo o país e representantes da imprensa.

A deputada federal Marussa Boldrin (MDB/GO), participou, juntamente com o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado Pedro Lupion (PP/PR), e a deputada Sílvia Waiãpi (PL/AP), do primeiro do fórum sobre o tema “Cenário Político: ado, presente e futuro”.
O foi mediado pela presidente da Comissão Nacional das Mulheres do Agro, Stéphanie Ferreira. “Todas as mulheres que estão aqui hoje são mulheres que estão prontas para representar, como produtoras rurais, a sua realidade lá no campo em qualquer lugar. Sabemos que temos que ter mais gente preparada levando a nossa voz”, disse a presidente da Comissão da CNA.

A deputada Marussa contou sua trajetória na política e relatou a sua experiência na Câmara Federal. “Represento uma mulher jovem e do agro no parlamento e posso dizer que muitas barreiras foram superadas em uma trajetória de muitos desafios, mas a força da mulher é insuperável e precisamos aumentar nossa representatividade na política”, disse.
Lupion falou sobre o trabalho desenvolvido pela FPA na defesa dos interesses dos produtores rurais brasileiros. Ele também destacou a representatividade da mulher no meio legislativo e pontuou a importância de as lideranças femininas estarem ainda mais inseridas na política do país.

“Atualmente a FPA conta com a atuação de 40 parlamentares mulheres. Isso já representa metade da representatividade das mulheres do Congresso. Precisamos aumentar ainda mais esse número para que possamos trabalhar juntos pelo Brasil”, destacou.

Durante o debate, a deputada Sílvia emocionou as participantes do fórum relatando sua história de vida. “Relato minha história para que vocês saibam que todas nós podemos fazer mais do que a nossa história conta. Nós podemos muito mais. Eu e vocês somos mulheres do campo e das florestas, que plantam e lutam. Então, continuem lutando”, afirmou.
Representatividade - O segundo teve como tema o fortalecimento da representatividade sindical rural patronal. O debate foi mediado pela vice-presidente da Comissão das Mulheres do Agro, Simone de Paula, e reuniu o diretor técnico da CNA, Bruno Lucchi, a diretora de Relações Internacionais da CNA, Sueme Mori, a diretora executiva do Instituto CNA, Mônika Bergamaschi, e a diretora de Educação Profissional e Promoção Social do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Janete Almeida.

Simone destacou a importância da representatividade das mulheres nos sindicatos rurais e em papéis de liderança. “Como líderes, precisamos saber que a CNA é um filtro para as demandas dos produtores rurais. É importante para nós, produtoras rurais, que saibamos como o Sistema CNA/Senar funciona”, disse na abertura do .
Bruno Lucchi apresentou o trabalho realizado pela diretoria técnica. Ele explicou que a Comissão das Mulheres do Agro tem um papel transversal, de representação e de grande relevância para todo o agro. “Esse é o primeiro fórum que realizamos e queremos ir bem mais longe com um trabalho técnico e político para o desenvolvimento de novas lideranças do agro”, afirmou Bruno.

A atuação da CNA nas relações internacionais foi apresentada pela diretora Sueme Mori. “Na área internacional, temos uma divisão de organograma em duas coordenações – de promoção social e de inteligência de mercado e defesa de interesses. Trabalhamos para levar a voz do produtor rural em grandes fóruns de discussões internacionais para mostrar a verdadeira realidade da agropecuária brasileira”, explicou Sueme.
Mônika falou sobre as principais ações e projetos do Instituto CNA, nos eixos da agricultura digital e governança. “Trabalhamos com projetos, pesquisas e um grande foco em inovação. Todos os nossos trabalhos aqui na casa são complementares e precisamos trabalhar juntos quando os objetivos têm as mesmas causas”, disse.

Janete apresentou o trabalho desenvolvido pelo Senar na educação profissional e promoção social. “Costumo dizer que cada propriedade rural é uma sala de aula, então temos 5 milhões de salas de aula. A busca pelas melhores soluções educacionais é contínua e trabalhamos para pensar como isso vai acontecer lá na ponta, qual a funcionalidade que vai resultar no fim do processo em um melhor atendimento para o produtor rural”, enfatizou a diretora do Senar.
Institucional - No período da tarde, as participantes do primeiro Fórum da Liderança Sindical Feminina assistiram ao “Reflexões sobre o ambiente institucional”, com a participação da assessora especial da presidência da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Sibelle Silva, da superintendente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Tania Zanella, e da diretora de istração e Finanças do Sebrae, Margarete Coelho.
O foi mediado pela diretora de Relações Institucionais da CNA, Mirian Vaz, que destacou a relevância da inserção das mulheres nos inúmeros ambientes de trabalho.

“Todas as dificuldades podem ser transformadas em força para continuar e não desistir do propósito e nem da missão de vocês. Lá na frente vocês vão entender que todos os desafios e obstáculos foram colocados para preparar para o futuro. Então não desistam e persistam nos objetivos de vocês”, disse a diretora da CNA.
Durante o debate, Sibelle falou sobre o trabalho da Embrapa para o desenvolvimento de trabalhos tecnológicos, de inovação e pesquisa. Sobre a participação das mulheres nesse ambiente de trabalho, ela destacou os desafios.

“Na pesquisa agropecuária existe um ambiente predominantemente masculino. Mas que fique bem claro, não há demérito em relação a gênero. A gente precisa trilhar os caminhos conforme as nossas competências, aquilo que nos inspira, aquilo em que você percebe que é competente. Acredite na capacidade que vocês têm, porque todas temos, e uma sobe e puxa a outra, enxergar as competências femininas ao redor”, disse.
Tania falou sobre o crescimento do cooperativismo no Brasil e da atuação da OCB no setor agropecuário. “O cooperativismo está crescendo, mas precisa ser perene e sustentável”, disse. Sobre a participação das mulheres em posições de lideranças institucionais, ela afirmou que é preciso, entre outras coisas, mostrar capacidade e empatia.

“Precisamos fazer diferente, conquistar, e assim a gente vai avançando. Mas de fato, eu prefiro ressignificar esse sentimento, esse desafio em coisas boas, em coisas positivas, e que de fato possa, eu no meu caso, inspirar outras mulheres também a assumirem essas posições de inspiração”, explicou a presidente da OCB.
Por sua vez, Margarete também falou sobre a atuação do Sebrae e fez um diagnóstico da participação das mulheres no empreendedorismo. “Negócios de mulheres são melhores para as famílias mais inovadores e sustentáveis. Pesquisas mostram que as mulheres têm 60 minutos para elas no dia, muitas nem isso têm, uma loucura. E um espaço como este da CNA, que valoriza as mulheres e reconhece o nosso valor, é muito importante. As instituições têm o compromisso de qualificar as mulheres”, destacou.

Comunicação - Os painéis foram encerrados com um debate sobre os impactos da comunicação, com a presença da analista da Embrapa Alimentos e Territórios, Renata Silva, a jornalista da Forbes e presidente da Rede Brasil de Jornalistas do Agro, Vera Ondei, e a especialista em marketing do Agro, Mônica Zanotto de Arruda.
As istas falaram sobre como é possível potencializar o impacto da comunicação no agro. O debate foi mediado pela chefe da Assessoria de Comunicação da CNA, Cecília Kobayashi. “Precisamos refletir em como vamos nos comunicar entre nós e com a sociedade. E o conseguiu aprofundar um pouco mais sobre isso”.

Para Renata, cada pessoa que tem um celular na mão e uma rede social é responsável por representar o agro e é preciso saber fazer isso de forma responsável e com conhecimento. Ela contou como foi toda a sua trajetória profissional com o agronegócio e a relação com a comunicação.

“A comunicação é transversal, precisa facilitar o o ao conhecimento, precisa incluir outras áreas de conhecimento, a comunicação tem um papel fundamental na inclusão”.
A jornalista Vera Ondei fez um panorama sobre a comunicação na grande imprensa, falou sobre a problemática envolvendo as fake News, os desafios que estão chegando juntamente com a inteligência artificial, e a importância da regulação do uso das mídias sociais. Segundo ela, é preciso ter um ceticismo saudável em relação as notícias. “O agro é um setor muito visado da fake news. Tenham menos pressa em olhar e mais cautela em compartilhar”, disse.

Mônica destacou que a comunicação vem mudando muito ao longo dos anos. “A gente ainda não acordou para o nosso papel, que é sermos comunicadores do agro. É nosso papel porque nos importamos com o que estão falando de nós. Nosso perfil de comunicação é o de compartilhar vivências, experiências. Precisamos mostrar a realidade que temos dentro das nossas propriedades, dos sindicatos e mostrar para a sociedade da cidade como acontece a vida no campo. Esse papel de comunicação é nosso”, disse.

A senadora Jussara Lima (PSD/PI) também esteve presente no evento e falou às lideranças femininas. “São vocês que são as porta-vozes do agro no nosso país. Nós fazemos a diferença, essa é a realidade. Eu me sinto bastante feliz de estar aqui, levando o meu apoio, o meu carinho a todas vocês. Porque eu sei que muitos vieram de lugares bem distantes. O agro é isso, é essa força”.

Oficina - As participantes do Fórum também participaram da “Oficina de Representatividade”, conduzida pelo diretor da Audaz Estratégia, Claudinei Alves. O intuito das dinâmicas realizadas foi inspirar as mulheres a se envolver no movimento encontrando um significado na dedicação do seu tempo, recursos financeiros e esforço.

O evento teve como objetivo ampliar as oportunidades de atuação feminina nos cenários políticos, técnicos e institucional, destacando a importância da representatividade de classe e o potencial do sistema sindical rural feminino na defesa do produtor rural.